Situação em Siena

De longe a região mais fustigada por combates e bombardeamentos de vários lados. A própria cidade de Siena está de rastos e a moral em baixo depois da retirada triestina.

No entanto a forte presença de socialistas e comunistas que se refugiaram na zona durante a guerra e o consenso quanto ao futuro da região, fazem com que não existam rivalidade internas e a distribuição de alimentos até decorra com algum sucesso. A segurança da MINT e do Exército Democrata depende em larga escala da colaboração de grupos paramilitares comunistas e movimentos de segurança organizados por partidos de esquerda. Apesar de não gostar de ver grupos armados não-oficias nas ruas, o Exército Democrata vê-se forçado a autorizar a sua existência para conseguir manter a ordem.

Na zona perto de Padova as lutas entre guerrilhas de esquerda e direita continua a todo o vigor em zonas sem grandes cidades, e por isso passa ao lado das preocupações dos democratas.

A chegada da ajuda humanitária causa algum embaraço ao Partido Comunista, que julgava ter Triestin como fiel aliado. O facto da ajuda vir da SDN, e maioritariamente da FUS levam as pessoas a questionar onde está Triestin nesta altura. O facto de Triestin ter abandonado a IS leva a uma mudança de visão entre os socialistas, que parecem ver com melhores olhos o socialismo democrático mais estável e da URS. Também graças à FUS, o Partido Democrata conquista algum apoio, e os comunistas começam a recear pela vitória num eventual referendo sobre a independência, que até há algumas semanas atrás estava certa.

O Partido Marxista ainda propõe enviar ajuda extra para Siena, na tentativa de conservar a pujança dos comunistas, mas os restantes partidos chumbam a proposta. Trondheim é considerado totalmente perdido e demasiado instável para que lá nasça um regime estável. Dentro do Conselho a opção da unificação é a preferida.

Siena é literalmente invadida por ajuda vinda do Peace Corps, uma instituição de solidariedade, gerida por privados, que recebe apoios de individuais, corporações e pelo Governo Federal.

No entanto, e contrariamente ao acontecido à anos antes, as empresas scream_offenses são absolutamente tímidas ao investimento na região.

Sabendo dos rumores de um possível referendo para a independência, o governo de Triestin oferece oficialmente 100 pontos de ajuda a Siena caso a sua independência seja alcançada.

Alguns activistas pertencentes a administrções de comunas viajam até Siena onde tentam convencer os dirigentes locais de esquerda a aceitarem a unificação com Trondheim, onde poderão manter as suas políticas de esquerda ao abrigo da garantia de autonomia oferecida por Spinoza.

Os comunistas de Siena vêm o sonho de um estado esfumar-se perante a falta de apoio, apesar da promessa triestina lhes dar um novo alento, e os 100 pontos prometidos são anunciados por toda a região. "É necessário continuar a acreditar na independência de Siena" são as palavras do Secretário Geral do PCS.

O comando athaúlphico da MINT fica enfurecido com o anúncio triestino dos 100 pontos.

O General Asarta (chefe militar da secção athaúlphica da MINT) está falando ao telefone do assunto com os seus superiores:
[suponho que o Vila conhece a notícia num descanso da cimeira, ou que isto acontece depois, ou que o que fala com o General Asarta é um secretário do Vila, ou a Conselheira de Estado, ou o Chanceler de Athaulphia, sei lá - estas reuniões que nunca mais acavam são uma seca]

Gen. ASARTA: Éstes gajos o que querem mesmo é comprar um país! Isto não se pode admitir!

Interlocutor: ... (não ouvimos a outra parte da conversa)

Gen. ASARTA: Concordo, senhor: estes parvos dos comunistas de Siena vão aceitar a "oferta de compra" e vão seguir teimando com a sua republiquinha independente. Eu mandava-os à merda a todos já ... com o devido respeito, senhor

Interlocutor: ...

Gen ASARTA: Como ordene, senhor. Falarei com o pessoal da "FURS"* e com os diplomatas que temos cá para tentar marcar uma reunião secreta com os gajos do "Comunistão"**.

O General despede-se e deixa o telefone. A seguir fala aos secretários:

- Sra. Marquina, ligue aí para os comandos da FUS e da URS. Queremos ter uma reunião secreta, da máxima discrição, com os dirigentes independentistas de Siena, os do PCS ou como raio eles se chamem, para explicar-lhes por qué não devem criar esse estado comunista independente e toda a merda essa que nunca mais acava... queremos uma reunião apenas entre nós e os gajos do PCS, mas se eles quisserem participar, estamos dispostos a que enciem alguém.

OOC: bem, já sabem o que quero fazer.

* "FURS" é uma palavra que inventaram os athaúlphicos da MINT para referir-se aos outros "sócios" da missão, a FUS e a URS, em conjunto.

** "Comunistão" é outra palavra inventada entre os athaúlphicos da MINT para referir-se ao estado comunista independente que os comunistas trondheimianos querem criar em Siena. Também inventaram outro nome para o estado independente que querem os nacionalistas em Padova: o "Fachistão". Estas palavras todas são calão que usam informalmente os meus homens entre eles, não saem dos seus cuarteis.

Rapidamente comandantes militares scream_offenses acorreram a encontro do comando da MINT.

ooc. é melhor fazer isto num tópico à parte, talvez na diplomacia

URS escreveu:ooc. é melhor fazer isto num tópico à parte, talvez na diplomacia

OOC: Athaulphia, abre um tópico na diplomacia ou começa aqui a reunião, como achares melhor.

URS escreveu:

URS escreveu:ooc. é melhor fazer isto num tópico à parte, talvez na diplomacia

OOC: Athaulphia, abre um tópico na diplomacia ou começa aqui a reunião, como achares melhor.

Estou a aguardar uma resposta do Trondheim. Acho que essa reunião pode ser feita cá.

Entre os soldados da União começam a circular rumores e panfletos clandestinos falando da promessa de ajuda triestina a Siena, e como socialistas convictos muitos militares sentem-se inconfortáveis com a situação e prefeririam mesmo ver em Siena um estado socialista independente. Depois de uma campanha clandestina de encontros entre os soldados, no mesmo dia mais de 3000 homens pedem dispensa da MINT, o que causa enorme embaraço ao Comando Militar.

No entanto punir em tribunal militar 3000 homens ainda para mais devido a uma campanha que goza de pouca popularidade na União não é viável e é decidido substituir as tropas. O General Yuri Basko no entanto não sobrevive ao evento e é dispensado das funções, tornando-se assim a primeira baixa de vulto da aventura em África.

Esta ocorrência é usada de imediato pelo Partido Marxista, que o usa para afirmar que nem os militares estão com o Conselho.

Na velha Universidade da Siena, ainda meio de rastos devido aos bombardeamentos dos nacionalistas, o Partido Comunista de Siena recebe os representantes da MINT, representados à cabeça pelo seu Secretário-Geral, Matteo Pinzutti. O PCS sabia que tinha que mostrar uma face pouco agressiva à MINT. Todo o povo falava dos 100 pontos de Triestin como uma dádiva vinda dos céus e o PCS tinha que jogar bem essa carta.

- Sejam bem-vindos a Siena. - diz o SG, recebendo os seus convidados numa sala com uma enorme bandeira vermelha numa das paredes. Tinha que ficar claro que não abandonariam os seus ideais.

O General Asarta chegou com apenas dois soldados de escolta e um secretário. Vinha de falar por telefone com o comisionado Domingos Vila, que lhe dera instruções para a reunião. Asarta, como Vila, como quase toda a MINT, começava a estar um bocado farto daquilo tudo e trazia com ele muito pouca paciência.

Asarta não fez saúdos nem reveréncias. Apenas procurou por uma cadeira que pôs no meio da sala para se sentar, e acenou aos seus acompanhantes para fazer o mesmo. O secretário deu-lhe a Asarta uns papeis de uma pasta que trazia, enquanto os soldados da escolta montavam um aparelho que traziam às costas. Asarta olhou os papéis. Depois olhou para Pinzutti. Depois olhou para os papeis. Sem levantar os olhos dos papeis comentou:

- Cem pontos... muitos pontos, pois é...

Asarta alçou os olhos e cravou uma olhada feroz em Pinzutti:

- Quantas vidas de sienenses acham vocês que se poderão pagar com 100 pontos?

Pinzutti solta uma gargalhada que dura uns 10 segundos.

- Camarada Asarta, não me venha com dramatismos nem queira colocar no nosso partido a responsabilidade por esta situação. Só queremos um referendo: RDT ou independência. O que é que há de errado nisto?

Asarta mantém o rosto sério. Érgue-se, faz um sinal aos seus acompanhantes e volve-se para Pinzutti, pensando: "Óptimo, temos cá um imbécil".

- O senhor acha isto muito engraçado, não é? Estamos numa universidade. Bem, no que era uma universidade antes de ser um monte de entulhos. Pois hoje, lição de geografia.

Os soldados da escolta despregam o mapa de Trondheim Norte que traziam:


- Lá acima tem a sua futura "República do Paraiso Comuna de Siena Patrocinado por Triestin". A Norte e Leste, mais de 3000 quilômetros de fronteira com o régime nazista de Omaha, o vizinho ideal para vocês. A Oeste e Sul ficará o Trondheim Unido ao que vocês terão dito "não" e virado as costas. E falando de costas, não terão saida ao mar, que não sei se isso lhe dirá qualquer coisa a você...

Vou-lhe explicar o que acontecerá quando vocês tenham a independéncia. O primeiro será que eu e os meus colegas colheremos as malas e voltaremos às nossas casinhas seguras e quentes, e vocês terão que arranjar da sua vida sozinhos. Terão uma fermosa república do proletariado nos papéis, uma lata de sardinhas de "ajuda athaúlphica" na despensa, 100 pontos em rublos triestinos no banco e ZERO armas e homens para resistir a invassão de Omaha.

Ou o qué acha que estão fazendo Cavani e os seus homens em Omaha? De férias? Viu a TV estes dias? Não viu o Cavani anunciando mais uma yihad nacionalista? Cavani e os nacionalistas estão sendo ajudados pelo régime de Omaha, e cando vocês votem pela independência e nós vámos embora, Omaha ainda pode conquistar o seu território em dois dias para dar-lhe a Cavani o seu reino particular. Se calhar em um. Ainda são capazes de apanhar os 100 pontos de Triestin como botim de guerra. E Triestin fica muito longe, camarada. Qualquer ajuda será inútil e chegará tarde.

Acho que os senhores ainda não são conscientes da situação e que estão vivendo esta guerra como se estivessem num roleplay. Vocês estão a patrocinar a opção independentista de um jeito irresponsável e com elo estão conduzindo o pouco que resta deste pais cara o desastre. Portanto não dissimulem dizendo "oh, é que nós apenas queremos um referendinho bunitinho..." Não nos tome por parvos e deixe a propaganda para quem acredite nela.

- Então o que me diz é que devido à nossa localização geográfica não podemos aspirar à nossa independência. Grande democrata me saiu, ó camarada!

Um homem entra na sala e dá as notícias do ataque a Omaha por parte do Brasil e Pinzutti respira fundo, toma uma postura mais calma e baixa a voz.

- A verdade é que temos um problema que aqui ainda não foi discutido. Não confiamos em Spinoza. Desde que repeliu Aquila e anexou os muçulmanos que o poder lhe subiu à cabeça. O Partido Comunista não confia nas tais promessas de autonomia. Como o senhor disse, quando forem para o qentinho das vossas casas, o Spinoza faz disto o que quiser. E depois? Como é?

- Aguarde um momento, meu senhor: até que começou a guerra, nesta região viviam milhares de pessoas que agora estão em campos de refugiados fóra dela, enquanto que moitos dos que hoje estão cá sonhando em independências apenas chegaram depois dos combates procurando a "terra prometida comunista". Até que entraram cá os triestinos vendendo bilhetes para o seu paraíso esta região não era nem mais nem menos socialista do que o resto do país, nem existia qualquer diferença nacional ou étnica a sustentar uma hipótese independentista. Portanto não me fale de democracia num país no que primeiro fazem fugir aos dissidentes, a seguir trazem apoiantes de fóra e depois querem fazer referendos com os que estão.

Não podem ser independentes pela sua localização geográfica? O mundo é assim de injusto, meu, eu não o criei e têem que arranjar-se com o que há: acho que é uma coisa que em Trondheim têem qualquer dificultade para aprender. Ser independentes? Poder podem, a questão é sobreviver depois. Vocês falam da independência como se fosse a fim de um mau filme: proclamam a independência, abraçazam-se, beijam-se e aparecem as letras de "THE END" e os créditos a correr para acima. Mas podem crer que isso não vai ser assim.

Não gostam do Spinoza... eu também não. Até há pessoal na RDT que não gosta de Spinoza: o que fazem é votar a outros. Quanto às promesas de autonomia, isso é o que quer a própria MINT: garantias de autonomia e respeito à vontade democrática das regiões. Na TV de Trondheim Sul falam muito e falam de mais, e estão a dar por feitas coisas que ainda não estão decididas. Mas sem garantias por parte de Trondheim Sul não vamos permitir qualquer anexação. Aliás, a primeira proposta que fizemos e que aínda está na mesa é um estado federal de Trondheim Norte... façam campanha por isso. Ou qué vão fazer aquelas minorias comunistas e que também não confiam em Spinoza, mas não vivem em Siena? O qué acontece com os seus camaradas de Bari, de Padova e de Castelo Nero? Querem que emigrem todos para cá? Que deixem as suas casas, as suas famílias, os seus trabalhos e as suas vidas para vir a este sítio? E para vir a ocupar a casa e as terras de outras pessoas? Teimando na opção triestina o que estão criando é um guetto.

- Ah, mas toca num ponto importantissimo. O Partido Comunista prefere ser minoria e oposição numa República de Trondheim do Norte independente e democrática do que ter o nosso cantinho aqui em Siena! Ser integrado nesses fascizóides da RDT é que nunca, o povo de Siena, com emigrantes comunistas ou não, nunca o tolerará. E garanto-lhe que os padovanos lhe dirão o mesmo.

Fala no regresso das pessoas a suas casas, mas os nossos militantes não querem regressar a castelo Nero ou Bari para num referendo fantoche serem obrigados a viver na RDT. Se me colocar a hipótese de um referendo nacional e não regional acerca da independência do Norte ou união coma RDT o Partido Comunista diz-lhe já que sim e esquecemos já a independência de Siena.

Mas repito, terá que ser nacional, ou todas as regiões unidas numa única nação, como sempre foi e agora Spinoza quer vender a ideia de que existe uma espécie de unidade de Trondheim! Isso nunca aconteceu e a SDN não deve ouvir a sua propaganda espansionista.