A vida em Hajbyk

Na pequena comuna de Hajbyk, mesmo no centro da província de Tavush, vive Igor Kalimarian.

O mês de Maio é mês de Igor trabalhar num dos campos agrícolas que compõem praticamente toda a paisagem em redor da comuna. O solo fértil daquela zona e proximidade do rio Tymos fez com que Hajbyk fosse orientada unicamente para a agricultura e criação de animais.

A população da comuna tinha requisitos de produção bastante baixos, comparado com as comunas mais a norte, onde a proximidade com os poços de petróleo da província vizinha de Armavir exigia mais produção, dada a maior densidade populacional. Hajbyk tinha apenas que produzir para a comuna e 50% de excedentes, que abasteciam as zonas montanhosas a oeste, onde a agricultura era quase impossível.

Claro que nem tudo eram rosas. Nas comunas onde as horas de trabalho diário eram menores, a população era sujeita a treino militar e de primeiros socorros obrigatório na capital de província, que durava cerca de 2 anos, e nenhum habitante escapava a esta experiência. A maioria da população não se lembrava se quer da última guerra em que a União Soviética havia estado envolvida, mas as histórias que vinha do resto do mundo chegavam para convencer os soviéticos da necessidade deste sacrifício.

Igor já tinha feito a sua parte, tinha sido chamado aos 23 anos. Tinha agora 35. Trabalhava 4 horas por dia no campo agrícola número 12. O tipo de trabalho que fazia era diferente todos os dias, o sistema de rotação assim o definia. Todos os trabalhadores eram portanto ensinados a fazer os diferentes trabalhos necessários naquele campo específico. Isto fazia com que todos pudesse partilhar experiências e novas técnicas, que de vez em quando resultavam num pequeno avanço tecnológico que era depois espalhado a todas as comunas do país.

Igora saiu de casa antes da sua mulher, Ivana, que no mesmo mês trabalhava na manutenção da comuna, que envolvia trabalhos de limpeza, construção e sobretudo burocracia e inventários de produção e exportação. Eram as únicas actividades obrigatórias na comuna: agricultura e manutenção. Na manutenção era diferente, nem todos estavam habilitados a fazer os mesmos trabalhos, sendo que as mulheres eram na maioria dos casos dispensadas dos trabalhos físicos mais duros.

Os dois ofícios obrigatórios eram rotativos, todos os meses, os habitantes faziam um dos dois, alternadamente. Todos preferiam a manutenção, pois as ruas estavam por regra geral limpas, os trabalhos de construção eram poucos por ano, e a maioria da burocracia podia ser feita em casa e entregue no fim do dia no Departamento Central. Quem trabalhava na manutenção trabalhava menos de 2 horas diárias, pois aí não havia necessidade de excedentes, apenas era necessário o trabalho suficiente para o bom funcionamento da comuna.

Igor chegou ao campo quando os responsáveis pela alimentação dos animais já partia depois da sua tarefa concluída.