Trondheim Islâmica

Ainda a reunião em Águas Santas decorria já um elemento dos SSU tinha viajado até Al-Omduran para um encontro ultra secreto com o Imã Nazr Mohammad. O agente Walid tinha sido escolhido para esta missão, devido às suas origens assurianas e à sua crença semiriana. (ooc: a religião semir de Alin-Assur é um derivado mais moderado do islão real).

- Vossa excelência, muito obrigado por me receber. - diz Walid enquanto faz uma vénia ao Imã.

Os muçulmanos de Trondheim olhavam para os semirianos com uma espécie de irmão mais novo que se tinha mudado para o outro lado do mundo e tinha perdido as origens culturais com o verdadeiro islão. Olhavam para a sua religião com uma versão corrompida pelo socialismo e liberalismo da URS. No entanto o facto de existirem num ambiente tão adverso à religião como era o asiático merecia algum respeito da parte do Imã Mohammad.

- Sê bem vindo à cidade do profeta, meu filho. Senta-te, senta-te... então o que te trás de tão longe?

Mohammad suspeitava terrivelmente dos socialistas.

- Trago uma mensagem de apoio e liberdade por parte do meu governo. Foi com espanto que assistimos à cedência de territórios da sua nação a Portugal, e os nossos políticas acreditam que vossa excelência terá sido pressionado a ceder sob ameaça portuguesa. Se isso for verdade, seria uma situação que com certeza gostaria de corrigir, e estou aqui para oferecer ajuda nesse sentido.

Mohammad fica pensativo. Não porque gostasse ou quisesse alguma coisa com os socialistas, mas preferia recuperar as cidades cedidas aos portugueses e manter o povo contente. Mas os socialistas tinham com certeza alguma na manga.

- Suponhamos que tal é verdade, que interesse tem a URS nos nossos assuntos internos?

- Absolutamente nenhum, o nosso interesse é enviar uma mensagem aos portugueses de que não permitiremos qualquer tipo de expansionismo da sua parte. E a URS conta com aliados capazes de garantir isso. Não temos qualquer intenção de interferir nas políticas internas da sua nação.

Mohammad agradava-lhe a ideia de mostrar que continuava senhor absoluto da nação, e a presença portuguesa era usada por alguns dos seus opositores internos que o acusavam de fraqueza. No entanto vira o que acontecera ao Sahara.

- Meu filho, você vê televisão? Viu o que aconteceu às pobres almas do Sahara que reclamaram por ser libertados? É verdade que os portugueses andam por aqui e controlam alguns pontos, preferia que não andassem, mas está-me a pedir que arrisque a segurança da minha nação... Portugal está aqui ao lado, vocês estão do outro lado do mundo.

- Portugal não pode lutar contra o mundo. É só vossa excelência manifestar-se junto dos portugueses pedindo a sua retirada que automaticamente terá todo o apoio diplomático e militar da URS, FUS e Triestin, e sem dúvida outros países se pronunciarão em vosso favor.

Mohammad estava convencido. Sabia que ia ganhar um inimigo para a vida em Portugal, mas o seu poder na República Islâmica seria absoluto e ter aliados do calibre da URS ou da FUS garantiam que podia viver em paz sem estar constantemente envolvido em escaramuças externas.

- Muito bem, falarei com os portugueses, mas desde já fique claro que após esta acção não permitiremos qualquer interferência na nossa política interna. A República Islâmica sempre foi uma nação isolacionista e queremos manter isso.

- Se é isso que a sua nação deseja, a escolha é vossa, não seremos nós a sugerir o que quer que seja. Aguardaremos pela reacção portuguesa com bastante atenção. Muito obrigado por me receber.

Walid volta afazer uma vénia ao Imã.

Mohammad levanta a mão em gesto de amizade. Assim que Walid sai chama os seus generais.

- Irmãos, irei pedir ao portugueses que retirem das nossas terras. Ordenem aos vossos homens que cerquem imediatamente as cidades deles. Mas que fique claro que tencionamos que seja um processo pacífico.

Walid saiu do palácio e sentiu o cheiro a uma promoção no ar.

A Guarda do Conselho (Força de Elite) e o Exército dos Soldados de Allah (vulgos mujahideen) cercam as cidades portuguesas junto à costa e é dito aos cidadãos que ninguém saia de casa até que os portugueses abandonem o território.

Mohammad envia a mesma mensagem secreta aos governos da URS, FUS e Triestin:

Esperamos que vossas excelências sejam homens de palavra e ajam de acordo com o prometido.

Assim que os portugueses saem, Mohammad sabe que criou um novo inimigo e não vale a pena respeitar qualquer tradição portuguesa. Tem inicio aquilo a que chama islamização dos ex-territórios ocupados. Todos os monumentos, edifícios e vestígios culturais da presença portuguesa começam a ser destruídos e substituitos por arquitectura e cultura islâmica.

O Conselho vê a saída dos portugueses de Trondheim como uma vitória. No final da sua aventura, acabaram por não conseguir nada em África e ainda perder a Namíbia e a Escócia para os australasianos. Guilherme era tema de anedotas em Valtland.

A Marinha Nacional coloca três frotas junto a Timor Portuguesa e reforça a sua presença naval em Saint-Martin, onde são realizados alguns jogos de guerra com a marinha triestina de Madagáscar Sul junto das águas territoriais de Moçambique.

Numa operação secreta da Guarda do Conselho, vários jihadistas voluntariam-se para agredir a frota portuguesa.

Durante a noite, dezenas de pequenas embarcações recheadas de explosivos embatem contra os navios portugueses provocando enormes explosões.

De dentro das águas nacionais, são disparados rockets contra os navios portugueses de embarcações não militares.

O Imã nega envolvimento e crítica as acções.

A situação é visualizada através dos aviões que rapidamente comunicam com os superiores em Trondheim do Sul. Todos os militares passam imediatamente a alerta máximo, e a armada ao largo de Trondheim preparar-se para responder em força, caso os portugueses resolvam retaliar.

É enviada a seguinte mensagem:

O ataque a vós efectuado não vem da nossa parte, no entanto, a culpa é vossa e apenas vossa. Como tal, qualquer tentativa de retaliação, terá como consequência a destruição de todo e qualquer equipamento militar vosso ao largo de Trondheim.

A Marinha do Atlântico Norte é enviada para as águas nacionais da República Islâmica para a realização de exercícios navais com a marinha local. As embarcações de onde são disparados os rockets dirigem-se posteriormente para os navios da União e rendem-se, sendo posteriormente enviados para Trondheim Islâmica, onde teoricamente serão julgados como terroristas.

Alguns navios estacionam em portos islâmicos, para evitar que os portugueses tentem qualquer acção contra os mesmos.

A Marinha Islâmica encena alguns treinos navais com os navios da URS só para manter as aparências. Os terroristas detidos são libertados e treinados para novas missões de agressão contra os portugueses.

Os atentados suícidas contra a marinha portuguesa continuam fruto da sua apatia. Rockets mais precisos são usados, sendo que o governo declara não saber de onde estes provém, apesar de os terem comprado secretamente à URS. O Imã apela publicamente ao fim das acções terroristas.