Pedido de Embargo

Apoio o Embargo...

Este assunto gera um pequeno debate privado dentro da delegação athaúlphica:

LÓPEZ: - Mas onde é que fica a ilha essa?

CIVEIRA: - Ó, Marcos, estes gajos semelham mesmo chateados, não é momento de piadas.

LÓPEZ: - Não, se estou falando a sério: onde é que está isso das Flores?

EMBAIXADOR FELIPE ARIAS: - Mas o assunto é: nós temos qualquer coisa que "embargar" lá?

CIVEIRA: - Já sabe cómo é que são essas colónias portuguesas: têm as suas companhias das Índias, que comerciam em regime de monopólio ou quase. Se temos alguém comerciando lá, ou é com uma quota de mercado minúscula, ou está fazendo contrabando. Pela informação que tenho, na ilha das Flores o comércio está quase ao 100% em mãos da Companhia das Índias.

LÓPEZ: - Ó, Uxía, então os portugueses têm a porta, têm a chave, e vêm cá para nos pedir que fechemos?

CIVEIRA: - Pois... não é exactamente assim... mas é uma forma de explica-lo, sim.

EMBAIXADOR FELIPE ARIAS: - De qualquer jeito, essa ilha está na outra ponta do mundo e sempre esteve em tensão com os triestinos de Timor. Nós não temos qualquer interesse em essa clase de sítios.

LÓPEZ: - O engraçado do assunto é que estes gajos, que levam toda a vida sendo servos de tiranos, ainda são capazes de vir cá para dar-nos lições, como se a liberdade e a democracia a tivessem inventado eles ontem à tarde.

CIVEIRA: - Bem, pelas notícias que vêm de Lisboa, o que eles "inventaram" é o liberalismo oitocentista. Ainda levam 200 anos de atraso, mas comparado com o que tinham, é um progresso .

EMBAIXADOR FELIPE ARIAS: - A clássica arrogância da margem de lá [OOC: "margem de lá" é uma forma de chamar aos países ibéricos em Athaulphia]. Quanto é que nos custaria sumar-nos ao embargo?

CIVEIRA: - Considerando que aos athaúlphicos não se nos perdeu nada lá, nem temos qualquer interesse, que até o López nem sabe onde é que fica a ilha...

LÓPEZ: - Já a tenho, cá no mapa. E fica mesmo nas nossas antípodas. Bem, um bocado para o Norte, mas há 180 graus de longitude, olhe...

CIVEIRA: - Não creio que tenhamos vôos diretos para lá, e nessa possição não pode ser escala para ir a nenhures desde Athaulphia.

LÓPEZ: - E também não haverá barcos que vaiam diretamente dos nossos portos para lá. O único que devemos fazer é reforçar a inspecção nos nossos portos para "proibir" comércio para lá... Acho que mal temos que fazer nada para nos unir ao embargo: ficamos bem sem qualquer custo .

EMBAIXADOR FELIPE ARIAS: -Óptimo .

O embaixador pega no microfone, liga-o e comunica à assembleia:

- Athaulphia apoiará o embargo.

Lopez é mais assaz senta-se no seu lugar, e aguarda um embargo geral decretado em nome da SDN. No seu ver, chegou a hora da SDN "ganhar tomates" e impor-se como organismo internacional. Uma frota luso-espanhola está no local a fazer o que pode, contudo a facção realista ainda detém seu poder.


OOC: Adolfo... A cena é simples, Espanha e Portugal apenas querem a "ditadura" do parlamento... O ideário é oitocentista sem sombra de dúvida, directamente inspirado na Revolução Francesa mas em termos moderados. O objectivo é sanear um mal crónico do século XX português e espanhol, que são os poderes excessivos do rei. Nomeadamente o poder de lançar decretos e leis sem serem aprovadas pelo parlamento, dissolver o parlamento sempre que lhe apetecer, rejeitar ministros eleitos a seu belo prazer. Em suma Integralismo puro: O Rei Reina, e o Rei Governa. Com a solução constitucional o Rei apenas reina, o governo é do parlamento. Aliás com a Pepa e a Constituição de 1822 (rectificadas para as adaptar aos tempos modernos) quem detém o real poder é o parlamento, que chega ao ponto de ter o poder de depor o Rei, e colocar outro no seu lugar. Relativamente ás eleições... Não há critérios censitários, nem discriminação de género, são literalmente universais...

No anterior regime também não os havia, era tudo democrático, agora o Rei... Esse tinha imensos poderes, é extremamente similar aos casos da Rainha de Inglaterra (vida real), que é a governante mais poderosa do mundo. Um facto é que Isabel II não faz uso dos seus poderes... Agora Guilherme I de Portugal, usou-os até a medula, e no actual caso, Afonso VIII como um monarca jovem e bastante fraco, poderia bem ser manipulado pelas raposas do regime, e fazer igual uso dos seus poderes.

Havia uma solução de compromisso, a Carta Constitucional de 1826... Opah mas também da mais poderes ao Rei... Além de ter o rótulo de "fiasco constitucional" que levou á queda da monarquia

- Deixa-o falar... - comenta um delegado burgolavo com outro, baixinho para ninguém o ouvir.

A União não tem interesses económicos nas Flores, pelo que deixaremos a cargo do Reino de Portugal resolver uma situação interna.

- O que acontece em Timor só revela a incapacidade de Portugal em controlar os seus fanáticos. Espero bem que quando Triestin responder com uma declaração de guerra contra Portugal o Sr. não venha a esta Assembleia pedir o nosso auxilio, pois receberá o mesmo que nos está a dar relativamente à MINT. E como é público Timor será parte da Burgolavia, o Conselho espera que Portugal resolva a embrulhada onde se meteu.