Reunião: Miranda (Athaulphia) - Kristjc (URS)

Nenad Kristjc chegou à capital de Athaulphia com uma agenda bastante diferente daquela que tinha planeado inicialmente.

- Obrigado por me receber, Sr. Miranda.

Cumprimentam-se e sentam-se. Kristjc começa por beber um pouco de água, fitando sempre Miranda nos olhos.

- Tenho que confessar que a minha agenda para esta reunião sofreu algumas alterações, mas não fugirei às minhas intenções iniciais. No entanto tenho que abordar o tema da Burgolavia. O Conselho está preocupado com a reunião em Nova Lisboa, numa altura em que Cruz de Cristo ameaça descaradamente uma nação democrática sem justificação...

Miranda não olhava aos olhos de Kristjc, senão que os tinha voltados para os papéis e o computador que tinha sobre a mesa ao lado do cadeirão. Esperava uma mensagem da Conselheira Loureiro em qualquer momento.

- Esse é um tema que estamos tratando neste mesmo momento, senhor Kristjc. Minha Conselheira de Estado foi a Nova Lisboa convocada a uma conferência de nações não alinhadas, para estudar a maneira de assegurar nossa segurança... mas não se tinha falado de nada de Burgolavia. De fato, a Conselheira conheceu a invasão quando estava aterrizando, e foi à reunião para pedir explicações, antes de qualquer outra coisa. Se o Império da Cruz de Cristo não detém o ataque, a Conselheira de Estado recolherá sua valise e voltará ao avião. Recusamos totalmente qualquer ataque e não vamos dar cobertura a essa classe de ações com nossa presença. Parece-me que neste assunto vamos estar no mesmo lado.

- Excelente, é bom saber que estamos em sintonia nessa matéria. Veremos como as coisas correm...

Kristjc acendeu um cigarro, sem perguntar se incomodava Miranda. Era um hábito que tinha ganho, para ver se a pessoa com quem falava comentava esse acto.

- A grande prioridade que me trouxe aqui: a aproximação da OCDE à URS, nada de extremo, dada a história recente, mas algo que mostre aos romanos que os países democráticos estão com relações estáveis. Proponho por exemplo que Athaulphia receba uma conferência mediática em que a URS e Kalmar reatarão relações diplomáticas...

Miranda não fumava nem tinha fumado nunca, e o tabaco era uma coisa que não lhe agradava nada. Mas a diplomacia exigia certos sacrifícios: em Athaulphia estava proibido fumar em todos os edifícios governamentais... exceto no caso de diplomatas e dirigentes estrangeiros em visita, aos que estas pequeneces se lhes toleravam, sem dizer-lhes nada sequer.

- Se Kalmar está de acordo, lhes receberemos com muito gosto. Athaulphia não é quem tem problemas atualmente com a URS, ainda que recordamos certos assuntos que é preferível esquecer, a "Crise da Cerveja", já sabe... mas esse assunto se solucionou em seu momento e agora não temos queixas. Este governo sempre considerou à URS como um aliado natural, e vivemos com bastante desgosto os recentes confrontos entre a URS e as nações norte-americanas, como sem dúvida já sabe. Por dizê-lo com uma metáfora, estes conflitos foram como ver a nossos irmãos enfrentar-se entre eles, uma coisa que faz dano a esses irmãos e á família toda. A família dos que acreditamos em a democracia e a liberdade.

Miranda fez uma pausa para beber um sorvo e botar uma olhada ao computador, por se chegavam notícias de Nova Lisboa.

- Também consideramos importante mostrar uma aliança firme, sobretudo ante as ambições romanas. Os romanos estão muito arrogantes, mais inclusive do habitual: conquistaram Escócia, permitem-se ameaçar à URLC e estão fazendo uns movimentos para América que não nos agradam. Cremos que as Américas devem estar livres de ingerências de outras potências externas e esses tratados com Angelcynn não são nada tranqüilizadores.

Kristjc também ia recebendo mensagens constantes no seu telemóvel.

- Pelo que sei, os nossos serviços secretos já estão em contacto com os kalmarenses para levar essa aproximação a bom porto. Quanto aos romanos, julgo que é claro que se formarão 2 blocos a nível mundial. Existem países que pensam que será possível criar uma 3ª força, composta pelos países presentes em Nova Lisboa por exemplo, mas isso parece-me apenas optimismo a mais...

ooc: para ver se a cena com Kalmar anda...

Miranda se tinha despistado um momento olhando uma mensagem que acabava de aparecer na tela do computador:

- Err, desculpe, senhor Kristjn, peço-lhe que me desculpe porque me tenho distraido vendo uma mensagem . A Conselheira de Estado me comunica que concluiu a reunião de Nova Lisboa. Sem nenhum resultado, além de um encontro dentro de três meses para aclarar a situação. Não está claro que a guerra tenha sido evitada definitivamente e parece que há certas fricções dentro do regime imperial, Maquiavel quer ir para uma democracia, parece ser... Acho que não vai haver terceiro bloco pelo momento, ainda que se os cristãos se transformam numa democracia podemos alegrar-nos.

Sobre o assunto da "política de blocos", vou-lhe a resumir a posição de Athaulphia. Nosso objetivo é garantir a segurança de nosso país acima de disputas ideológicas e estratégicas, o que nos leva a evitar ver-nos envoltos em conflitos externos, a qualquer custo. Salvo que sejamos atacados diretamente, como é lógico. Daí vem nossa neutralidade. Como sabe temos nossas preferências e as expressamos, mas não vamos implicar-nos em nenhuma guerra além de nossas fronteiras. Somos um país pequeno e nossas forças são escassas, e participando ativamente nesta guerra de blocos temos muito que perder e nada que ganhar. Nem nada que contribuir a nossos eventuais aliados.

Mas isso não quer dizer que fiquemos sentados com os braços cruzados, sem fazer nada. A situação atual não nos agrada: os romanos estão numa fase de agressividade expansionista inegável: Lusitia, Escócia... e o que é pior, estão começando a meter os narizes nas Américas, com seus tratados com Angelcynn. Não sabemos se pretendem dominar as Américas também, ou parte delas, ou somente querem usá-las como plataforma ou campo de batalha para enfrentar-se a vocês... de qualquer jeito, nenhuma das opções nos agrada. E queremos evitar essa situação. Não temos grandes exércitos, mas sim temos a diplomacia e boas relações com nossos vizinhos, ou ao menos não são más.

Se lhe sou sincero, a proposta de Cruz de Cristo me interessa, ainda que a um nível mais modesto. Serei direto: seria interessante um acordo entre as nações americanas para manter-se à margem da política de blocos, e assegurar-se de que América não será um campo de batalha e que nenhuma potência exterior intervirá nos assuntos dos americanos. Sei que em princípio isto pode que não lhes agrade a vocês... mas vejam-no como uma garantia de que os romanos também não poderiam meter a mão em América. Se é verdadeiro que Cruz de Cristo se converte num estado democrático as coisas não deveriam ser difíceis; somente Angelcynn com seus pactos com Roma pode ser um obstáculo, mas não creio que seja difícil convencê-los. Se os países de América nos comprometemos a resolver os possíveis conflitos entre nós por uma via pacífica e a manter-nos à margem das disputas entre Roma, a URS ou outras potências... podemos assegurar a paz e a acalma neste continente.

- Bem, por um lado compreendo a sua posição na questão da neutralidade, mas analisando melhor o assunto creio que será dificil permanecer neutral perante a recente agressividade romana. Os romanos querem expandir o seu poder, a União apenas deseja a manutenção da democracia na américa do norte. Mas acredito que quando o tempo chegar, Athaulphia fará a escolha certa e óbvia. Entretanto proponho então que avancemos para a reconciliação com Kalmar. Segundo sei existe uma reunião secreta em Valtland, e aí com certeza se abordarão estes assuntos.

- Me alegro de que por fim vocês e os kalmarenses resolvam suas diferenças. É o melhor para a URS, o melhor para Kalmar e o melhor para nós. E para o mundo, adiciono. E Athaulphia está disposta a colaborar em tudo o necessário para que essa reconciliação chegue a um bom fim.

- Óptimo, então contamos com Athaulphia para servir de "embaixador da reconciliação", por assim dizer. (ooc: abre um tópico para uma pequena cerimónia pública em que a URS e Kalmar se fazem amigos) Da minha parte, não tenho mais a acrescentar, não sei se deseja debater mais algum assunto...

ooc: Pode ser esse nome. Eu levo o meu presidente mesmo, se vocês fizessem o mesmo dava outro significado à coisa.

ooc: eu também levo o Jansen. Esta reunião fica encerrada ou queres acrescentar mais alguma coisa?