Escala em Valtland - O périplo de Lee Myung Bak pela Ásia

Lee Myung Bak chega ao aeroporto de Valtland. Será recebido por Enki Strom.

Segue discretamente o seu caminho evitando educadamente as perguntas aos repórteres.

Chega à sede do Conselho e é recebido por Enki Strom.

- Seja bem vindo a Valtland. Sei que tem um calendário bastante apertado, por isso tentarei não roubar muito do seu tempo. A questão a tratar é a base cristiana no Nipão, a maioria dos membros do Conselho e dos líderes distritais considera tal base uma ameaça e gostariamos que Vibra reconsiderasse esse tratado.

- Também queremos discutir todos os pontos que vossa escelência deseje, mas neste momento de tensão entre a União e Cruz de Cristo, a possibilidade de existir uma base naval no norte do Nipão é a nossa maior preocupação. E a decisão do governo vibrense quanto a isso vai influenciar as nossas relações. Como lhe disse, essa base é vista como uma ameaça à segurança da União...

Strom tinha instruções para apertar com Lee Myung Bak tanto quanto fosse preciso.

- Creio que o Sr. não está a ver bem a descrição que lhe estou a fazer do cenário actual. Os nossos argumentos são irrelevantes e o Bornéu é irrelevante para a ideia que quero que lhe fique na mente: se uma base cristiana começar a operar em território vibrense, a União das Repúblicas Socialistas reagirá fisicamente, e quando isso acontecer, o resultado será tudo menos positivo para a República de Vibra.

Agora as cartas estavam na mesa e bem à vista de Lee Myung Bak. A sua reacção poderia definir o futuro próximo da região.

Lee mantinha o sangue frio. A República de Vibra já tinha sido humilhada, vilipendia, por Triesten, a URS, até por Peternandia; situações de pressão e de catástrofe fazem parte do código genético vibriense.

- Lamento. Neste momento, a discussão que a URS pretende fazer tem que ser feita com Cruz de Cristo. A Base é gerida por eles. Agora, se quiser discutir os outros pontos, então estou disponível e aqui para trabalhar. Agora, violar acordos, não! Vibra nunca violou acordos nenhuns. Vibra fomentou a Paz na Ásia. Infelizmente isso não correu por melhor, porque a URS escolheu os aliados errados. E deixe-me que lhe diga, que a Triesten é um aliado muito errado. Se desde o princípio se tivesse aliado com Vibra, a Ásia podia hoje ser terra de prosperidade e Paz.

- Em nenhum ponto do vosso tratado está estipulado que a base é território cristiano. Portanto se Vibra ainda é soberana sobre o seu território, é precisamente consigo que este assunto tem que ser resolvido. Você tem o poder para anular essa decisão. E é isso que esperamos que faça.

- Claro que podem. O que vos impede concretamente de o fazer?

URS escreveu:- Claro que podem. O que vos impede concretamente de o fazer?

- O tratado que assinámos?! - Nunca mais Vibra teria credibilidade para assinar um acordo. Para além do mais, Cruz de Cristo poder-nos-ia declarar guerra. Cruz de Cristo é um país amigo, muito mais poderoso do que Vibra, e um crescente parceiro comercial.

- É uma questão de escolha, caro Lee Myung Bak, uma questão de escolha... e a escolha que fizer terá as suas consequências. A base cristiana fica portanto activa no Nipão, e não há volta a dar a isso, estou correcto?

- Não perguntaremos nada a Cruz de Cristo. O território é vosso, a responsabilidade sobre o que se passa no mesmo é vossa. Já vi que não lhe faço mudar de ideias. Disse que tinha outros pontos a debater...

Lee tem um caracter resiliente, e está empenhado em resolver uma série de questões pendentes com a URS.

- Sei que os starianos tem orgulho forte, e não têm propriamente muitos amigos no mundo... Mas, Vibra pelo seu comportamento, sempre mostrou estar empenhada pela paz, nem outra solução temos.

Lee pede um chá de folhas de morangueiro ao seu assistente. Entretanto prossegue com a reunião, retirando mais uns documentos da sua pasta que consulta antes de avançar, parecendo não querer se esquecer de nada.

- Sr. Enki Strom. Não sei se sabe. Mas, infelizmente, fomos pressionados a aceitar a retirada das forças de segurança de Peterandia e Kalmar da Koreia... Dentro em breve será tornado público a decisão. Digo infelizmente, porque a situação com Triestin não está resolvida. E digo-lhe isto, porque sei, que sem o seu acordo, a situação não pode ser resolvida. Então, nos interesses do meu Povo, tenho que avançar para um acordo individual com Triestin. Aquilo que pretendo, foi aquilo que elaborei na minha passagem pela SdN. Não sei se lembra, foi minha intenção avançar com um ACTO DE RECONCILIAÇÃO ASIÁTICO. Eu tenho a certeza de que não podemos prosseguir sem ter dado esse passo. Um acto, em que os nossos Povos: vibra e triestin, aceitam perdoar os actos passados uns dos outros, e regularizar a situação diplomática. Naturalmente, um acordo destes, tem e deve ter a benção da URS.

- Um outro ponto era o da regularização das relações comerciais entre os nossos países. A República de Vibra está economicamente muito dependente de Peterandia. Gostaria de saber, qual a possibilidade de regularizar as nossas relações comerciais, e até mesmo, estimulá-las.

Strom pensava para si "este tipo deve estar a gozar comigo"...

- Então Vibra recusa tirar a base cristiana do seu território e agora você diz-me que o vosso desejo é a paz? Confesso que estou confuso...

Strom estava a ficar farto da situação. Pede licença para fazer um telefonema. Poucos minutos depois regressa, com um ar sério.

- Sr. Lee Myung Bak, se Vibra mantiver a sua postura, temo que uma reconciliação será impossível. Se de facto quer a paz entre os países asiáticos, retire os outros países da equação e falemos entre nós. Cruz de Cristo tem que sair do Nipão. E está enganado ao julgar que a União tem poucos amigos no mundo...

- Não é o meu desejo envolver-me em retórica consigo. Vibra manda no seu território, é um facto. Ou vai negá-lo? Não temos que falar com os cristianos, mas sim com os donos do território. Por isso pergunto-lhe pela última vez: Vibra vai ordenar a saída dos cristianos do Nipão ou não? A URS tem sido demasiado condescendente até agora, pondere bem na sua resposta, pois a mesma terá ramificações e consequências imediatas.

Strom falou praticamente num tom de ameaça.

O direito não devia ser o forte do interlocutor de Lee Myung Bak.


- Já me fez várias vezes a mesma pergunta. E eu vou voltar a repetir a resposta: A Base cristiana no noreste vibriense é propriedade do governo cristiano, e o governo vibriense não tem o direito legal de terminar o acordo, a não ser dentro dos termos do acordo em si. Por isso, e caso não tenha percebido a minha resposta elaborada, vou reafirmar em termos mais simplistas e menos legalistas: o governo vibriense não agirá autoritariamente para roubar os cristianos do seu direito adequirido.

- Muito bem, então teremos que discutir os outros pontos da sua agenda noutra altura.

Strom levanta-se, dando a ideia de que a reunião estava terminada.

Lee Myung Bak parte também decepcionado pelo resultado do encontro. Mas nada que o surpreende-se, pois tinha sido avisado pelos seus conselheiros para não fazer este encontro. O sector mais conservador do governo, ganha mais força com o não-resultado deste encontro.

Strom despede-se e informa o Conselho dos resultados. "Nem sabem no que se meteram..." pensa Strom depois de fazer o telefonema para Jansen.