Em quem vão votar? (com certeza quase absoluta)

URLC escreveu:Desculpem estar a quebrar a discussão sobre Espanha, mas, pronto. Portugal é mais importante

É horrível fazer 18 anos em Dezembro. Não vou poder votar nestas eleições, nem nas autárquicas. O que para mim é um alívio tremendo. E porquê?

Ideologicamente defino-me como um liberal de direita, acreditando na natureza auto-regulatória do mercado livre e da sua relação íntima com a liberdade política, social e individual, embora rejeite o laissez-faire como princípio - o Estado tem um papel a tomar no livre-mercado para ele funcionar bem, mas rejeito o proteccionismo e os monopólios estatais na maior parte dos casos; considero que o Estado deve ser pequeno e pouco burocrático, e deve cultivar uma cultura de impostos baixos e pouca intervenção fora das áreas essenciais como a saúde, a educação, obras públicas essenciais e ren's e essas merdas; rejeito também o conservadorismo, não o considero uma ideologia viável, logo sou a favor da legalização do aborto (embora seja contra o aborto pessoalmente), dos casamentos homossexuais, eutanásia e das drogas leves (adopção homossexual e prostituição são dois assuntos que eu ainda tenho de reflectir) e sou tudo menos xenófobo ou anti-imigração; sou também contra o crescente poder excessivo do Estado em matérias de videovigilância e violação da privacidade e sou contra o arbitrarianismo fascista-esquerdista, considerando o estado de direito como essencial à preservação da democracia e das liberdades individuais; Basicamente para mim, a esquerda radical (incluindo BE e PCP), os nacionalismos, os conservadorismos extremos são ideologias perigosíssimas na medida em que vão invariavelmente dar ao autoritarismo (no caso da esquerda acho que não pode haver uma economia planeada sem autoritarismos. Cito aqui um senhor cujo nome não me recordo - "o controlo da produção de riqueza é o controlo da própria vida humana")

Seja como for, cá em Portugal não há muita gente assim. Os da direita económica normalmente são conservadores, e os mais liberais em assuntos sociais são esquerdistas. Seja como for, dos 5 partidos principais, o que me aproximo mais é sem dúvida o PSD, do qual sou militante (apesar de ser inactivo, já não vou às reuniões há bastante tempo). No que toca ao PS, não gosto do Sr. Engenheiro, especialmente porque ele aumentou todos os impostos e pela estupidez do TGV. Também pela forma como lidou com os professores, o seu estilo autoritário, entre outros. Não rejeito que ele tenha feito coisas boas, também fez, mas faço um balanço negativo do senhor. O CDS, concordo com muitas políticas económicas, mas são conservadores, o que me afasta logo à partida. O PCP, é comunista, meu oposto ideológico, nunca votaria. Mesmo assim, não sei porquê simpatizo mais com o PCP do que com o BE (apesar de odiar ambos), porque os comunistas do PCP, não sei porquê parecem mais genuínos enquanto que o BE são aqueles intelectualóides de esquerda que me irritam. Como um pai de um amigo meu me diria - estalinistas em pele de cordeiro. Mas isso não tem nada a ver com programa, tem a ver com estilo e discurso. Rejeito categoricamente ambos, claro. No meio disso tudo, ainda me identifico mais pelo PSD, sendo um partido economicamente de centro-direita e não sendo obrigatoriamente conservador (não tanto como o CDS). Apesar de não ter lido o programa com atenção, apenas do que tenho ouvido em telejornais e debates, concordo com a suspensão do TGV, a direcção do programa económico menos intervencionista em geral, e o compromisso de não se subirem os impostos. Discordo da visão da senhora na lei do divórcio e na família. Pois, aqui está o cerne da questão, a Manuela. Não gosto dela como líder, não gosto muito do estilo dela (apesar de gostar um bocado de ser muito menos flamboyant que o Sócrates, que dá uma certa seriedade). Para mim ela representa ainda o PSD conservador com o qual não simpatizo muito, e tem uma mentalidade um bocado antiquada. Seja como for, entre ela é o Zezito, sem dúvida ela. Mas seria difícil para mim votar nela, não gostando dela. Se votasse, e votasse PSD, estaria a votar no partido e não na candidata.

Sou estou à espera que o Sócrates ganhe por 3% vá, e o Cavaco dissolva a Assembleia daqui a dois anos, e depois o PSD reemerge com outro líder, tipo o Rui Rio, um Passos Coelho mais experiente ou um gajo/a novo. Para mim, a maior parte desta geração de políticos era pa ir po lixo. O 25 de Abril já foi há demasiado tempo. Que venha o pessoal que tinha 10 anos ou menos nessa altura.

Mande-os para a conchichina

Para primeiros-ministros com licenciaturas feitas aos domingos, vote nos do costume.

Scream_off escreveu:[modo Pedro]O comunismo, também...[/modo Pedro]

Scream_off escreveu:[modo Pedro]O comunismo, também...[/modo Pedro]

Australásia escreveu:Agora até palavras me metem na boca, eu não digo que o comunismo é uma anedota, o Bloco de esquerda é sem duvida uma anedota, a CDU já é uma comédia no seu próprio direito, o comunismo contudo não é uma anedota, é daquelas coisas que parecem mesmo muito fixes quando se está pedrado, será que já havia erva no tempo do Karlinhos Marx? isso explicava muito.

Australásia escreveu:Mas expliquem-me lá porque é que o que eles propõem é uma anedota?

URS escreveu:

Scream_off escreveu:[modo Pedro]O comunismo, também...[/modo Pedro]

Prove it.

Economico escreveu: O PS de José Sócrates dispara para os 40% na última sondagem Diário Económico/TSF/Marktest antes das legislativas e ganha vantagem de 8,4 pontos ao PSD de Manuela Ferreira Leite.

O PS de José Sócrates dispara para os 40% na última sondagem Diário Económico/TSF/Marktest antes das legislativas, ganhando votos ( 4,7 pontos) sobretudo ao Bloco de Esquerda. O partido de Francisco Louçã mantém-se como terceira força política, mas muito longe dos 16,2% que apontava a última sondagem. Hoje, fica-se pelos 9%.

Com este resultado, os socialistas perderiam a maioria absolutano Parlamento, mas ficavam muito mais perto do que indicavam os cenários dos últimos meses. Os especialistas ontem contactados pelo Diário Económico eram, no entanto, cépticos face a um cenário ainda mais imprevisível. "Esses dados mostram uma tendência já bastante clara, mas não é como em 2005. A maioria absoluta é muito difícil e nem tudo está claro, o que torna estes dois dias que restam à campanha muito quentes", diz Viriato Soromenho Marques, sociólogo.

Para esse efeito, conta também a estabilização - em baixa - do PSD. O partido de Manuela Ferreira Leite está, a três dias dos votos, com 31,6% das intenções de voto, menos o,8 pontos face ao registado há quinze dias. A queda não é relevante, senão pelo registo de uma consecutiva perda nas intenções de voto desde as europeias de Junho. E pelo acentuar da distância face a José Sócrates.

DTN escreveu:
Bye bye nelinha, vai tratar dos netinhos.

Scream_off escreveu:porque está entre a esquerda democracia e a esquerda radical

URS escreveu:

Scream_off escreveu:porque está entre a esquerda democracia e a esquerda radical

Existe esquerda não-democrática em Portugal?

URS escreveu:Eu, apesar de comunista, critico com unhas e dentes todos os estalinistas paranóicos que existem dentro do PCP

Map escreveu:

URS escreveu:Eu, apesar de comunista, critico com unhas e dentes todos os estalinistas paranóicos que existem dentro do PCP

Não foi o Zé que o disse.